quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Sensualidade e sertanejo universitário. Ai se eu te pego, 100 milhões de views, é ruim ?


Acompanhando um debate caloroso, no Face via meu amigo Aldo Fontella, deu para perceber o quanto o Brasil é um país rico. 
Rico na diversidade , rico no debate crítico e tendencioso.
Refiro-me, no caso,  ao fato do cantor Michel Teló ter batido um recorde impressionante. 
Cem milhões de visualizações no You Tube, hoje.  
 Foi o que bastou para a grenalização dos opinantes. Confesso que nunca tinha ouvido se quer 7 acordes do rapaz.
Dei uma navegada e encontrei uma nota equilibrada e bem contextualizada:
Foi no  247 - http://brasil247.com.br/pt/247/brasilia247/33760/Michel-Tel%C3%B3-o-pegador-de-100-milh%C3%B5es.htmque  “avalia, no entanto, que um ingrediente fundamental para a virilidade global do clipe é a forma como se explora a sensualidade feminina. É um padrão de sensualidade mais inocente e comportado que descaminhos recentes da cultura brasileira.”

Ao assistir, ou melhor ler, o debate entre o Aldo e seus amigos no FB lembrei do Damatta. 
Abaixo um texto para ajudar na reflexão desse país interessante, independente dos Telós de plantão.

“O  Brasil é uma sociedade interessante. Ela é moderna e tradicional. Combinou, no seu curso histórico e social, o indivíduo e a pessoa, a família e a classe social, a religião e as formas econômicas mais modernas. Tudo isso faz surgir um sistema com espaços internos muito bem divididos e que, por isso mesmo, não permitem qualquer código hegemônico ou dominante. Assim, conforme tive que repetir inúmeras vezes, somos uma pessoa em casa, outra na rua e ainda outra no outro mundo. Mudamos nesses espaços de modo obrigatório porque em cada um deles somos submetidos a valores e visões de mundo diferenciados que permitem uma leitura especial do Brasil como um todo. A esfera de casa inventa uma leitura pessoal; a da rua, uma leitura universal. Já a visão pelo outro mundo é um discurso conciliador e fundamentalmente moralista e esperançoso. Entre essas três esferas, colocamos um mundo de relações e situações formais. São as nossas festas e a nossa moralidade, que, como disse, se fundam na verdadeira obsessão pela ligação. E não poderia deixar de ser assim numa sociedade tão tematizada pela divisão interna.”
Roberto Damatta, 1986.
Na minha opinião, ou melhor nas minhas três esferas, não vejo  necessidade de um Michel Teló. Respeito os seus 100 milhões.  
 O chamado sertanejo universitário é ruim. 
Muito ruim. A foto abaixo nem tanto, ops, rsrs.


Gosto é gosto. Não se discute.
Imagem - a primeira desse post, de :Carole Feuerman,( http://www.carolefeuerman.com ) considerada uma das melhores artistas hiperrealistas do mundo, com trabalhos expostos em alguns dos melhores museus que existem, como o Metropolitan, de Nova York, e o Hermitage, em São Petersburgo, na Rússia.

Trilha. “`Prefiro ficar de bem bebendo com amigos...” Aquarela, Toquinho. 
Menos de 29 mil views.
Como diz um chavão: as vezes menos é mais. Curtam. 
http://www.youtube.com/watch?v=bOVNvg4-etY&feature=related



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