segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Da série talento gaúcho: Nestor é um deles.


Reconhecimento ao talento é um exercício pouco comum por essas bandas.
Nós outros, gaúchos, temos dificuldade de reconhecer. Esse dualismo ,improdutivo, sempre é fruto de filtro. 
O cara é da nossa turma ou da outra?
Se for da outra? Pau nele quando merece e  rigoroso silêncio quando for merecedor de reconhecimento (nem falo de elogio). 
Danosa tradição.
Se for publicitário e fizer uma campanha legal? Silêncio.
Se for político e tiver um projeto legal ? Vamos achar um furo e pau nele.
Se emitir opinião consistente e for diferente da nossa? Idem ou o silêncio.
Esse escriba não acredita que crescer seja pensar igual , concordar e casar com pensamentos rasos só por serem iguais.
Tem alguns segmentos que vivenciam isso com mais intensidade. Por motivos compreensíveis.
O agronegócio é um deles.
Poucos conseguem exercer uma  visão crítica, para dentro e para fora,  buscando o debate contemporâneo.
Um desses caras é o Nestor Hein.
O post de hoje é em  homenagem a ele. 
Melhor: uma  homenagem a independência intelectual qualificada.
Viva o talento gaúcho do campo. Da produção. 
Da produção do bom pensar , do bom dialogar. 

O setor precisa de mais “nestores”.
Abaixo um texto – de 2010 -  dele no espaço de outro talento. Aliás, outro talento possível de ser ouvido na Guaíba Am de segunda a sexta depois da uma da tarde. Hoje o Hein  esteve, pela manhã  na Guaíba  no programa do Mendelski, de tarde na Band Am no programa do Gustavo. Para variar duas excelentes participações.
Banditismo ecológico

Crédito: ARTE RODRIGO VIZZOTTO
"Seu João é proprietário rural no município de Barra do Ribeiro. Explora exatos 54 hectares. Devido às expansões capitalistas, espasmódicas no campo, adquiriu mais 3 hectares, pendentes de regularização. Pois bem: seu João foi mimoseado topograficamente com dois arroios na propriedade, além de área de encostas ou morros.

Para atender ao Código Florestal vigente, seu João deverá criar uma área de reserva legal de 20%, preservar sem plantio as encostas, onde abusadamente implantou videiras, e respeitar a mata ciliar, impedindo o acesso de animais aos arroios, pois, ao buscar a água, estes degradam a vegetação. Respeitador das leis vigentes, seu João pode utilizar apenas 52% da sua área total. É muito bom este atual Código Florestal. Por estas razões, seu João cogita aliar-se aos agrobandidos reacionários, aos seus colegas agricultores familiares que desejam mudanças na legislação e até gostaria de votar no deputado Aldo Rebelo (PC do B - SP), recém-convertido aos macrointeresses capitalistas.
Em tempo: seu João acredita ser possível explorar sua enorme propriedade, com lucro e sem degradar o meio ambiente, como faz sua família há três gerações. Por derradeiro e contraditório, seu João é contra queimadas na Amazônia, anistia aos desmatadores e desconstituição total das áreas de preservação permanente.
Seu João não conhece o tal de Twiter, mas já tem inúmeros seguidores, lindeiros como o seu Chico, o seu Zeca e outros tantos, vivenciando o mesmo impasse para produzir alimentos."
O deliciosamente provocativo texto acima é do advogado e produtor rural Nestor Hein. Recebi muitos artigos de produtores rurais contestando o que eu escrevi sobre as mudanças propostas no Código Florestal pelo projeto do qual foi relator o deputado federal Aldo Rebelo. Outros argumentadores buscaram analisar ou pesar possíveis avanços e recuos na proposta aprovada pela Comissão Especial da Câmara de Deputados, que ainda deverá passar pelo plenário da Câmara e depois pelo Senado. Disponibilizei todo o material que me foi enviado no meu blog (correiodopovo.com.br). Não poderia, no entanto, deixar de publicar aqui um texto de representantes de cada lado, por assim dizer, dessa polêmica candente envolvendo um assunto fundamental para a sociedade brasileira.
Eu havia reservado todo o espaço desta coluna para o comentário de Nestor Hein. Ele preferiu adotar um estilo contundente e rápido. Como dizia uma pessoa que conheci outro dia, a situação em Agudo está crônica. Estou falando isso, sem qualquer relação aparente com a história contada por Nestor Hein, por uma única razão. Tem as palavras crônica e agudo. Além, claro, de ser um joguinho de palavras legal. Quer dizer, bacana. Não vou me meter a julgar o mérito dos argumentos de Hein, que acolho com orgulho neste espaço. Direi apenas isto: ele daria um bom e agudo cronista. Amanhã, a palavra será de Paulo Brack. Juremir Machado.

Imagens: aspatricias.uol.com.br; blogdovalderinodantas.blogspot.com; blog.agenciapreview.com;jornaldocomercio.com.br 

Trilha com João Almeida Neto: " O Meu País": http://www.youtube.com/watch?v=rgD61QuUa9w


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Maestro Plestkaya e o violinista Kraunus merecem muitos aplausos.



Hoje , voltando de Antonio Prado, estava na audiência do Chamada Geral segunda edição com o André Machado.   
Ouvi uma notícia muito legal. 
O clássico espetáculo Tangos e Tragédias terá uma sessão especial para o público com deficiência visual ou parcial.


Trata-se de um espetáculo com Aúdiodescrição.  Através desse recurso as pessoas cegas e com baixa visão entram em contato com o espetáculo. 
Elas poderão conhecer o ambiente do Theatro, o cenário, a iluminação, a caracterização, os gestos, a movimentação e as expressões dos atores.
O objetivo da audiodescrição no Tangos e Tragédias, explica a audiodescritora Letícia Schwartz, é que as pessoas tenham a compreensão total do espetáculo, divertindo-se e participando das piadas e brincadeiras propostas pelos atores. 
Segundo ela, "os produtores culturais começam a perceber a relevância desse recurso para a promoção da igualdade de acesso aos bens culturais e a possibilidade de atingir um público maior".
Florentina Dolores Mattes é diretora da Associação de Cegos Louis Braille (Acelb) e tem baixa visão. 
Essa será a primeira peça com audiodescrição que ela irá assistir. Para ela, todos os espetáculos com elementos visuais deveriam trazer audiodescrição. "Essa iniciativa é um grande avanço em termos de acessibilidade à cultura", observa.


Show. Nota 10 para o Hique e Nico. A edição especial acontecerá dia 26 de janeiro no Teatro Sao Pedro, em Porto Alegre.
Espero que outros espetáculos sigam o exemplo da dupla.
Trilha com Simon & Garfunkel  The Sound of Silience.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A corrida dos republicanos em 2012. Quem é Rommey ?



Barack Obama já conhecemos. Seus acertos e erros.
Do outro lado do rio corre , entre republicanos, uma leva de conservadores instigantes  ,para não dizer outra coisa. 
Rommey é um deles com grande chance de enfrentar o Obama.
Vale ler o que dizem algumas publicações:
Romney pode ter mais dinheiro, a melhor organização e, quase sempre, os melhores números nas pesquisas em duelos hipotéticos com Obama. Mas ele ainda não foi capaz de lidar com o zelo populista e antigoverno do partido ou convencer conservadores mais tradicionais de que ele é um porta-bandeira aceitável em uma eleição na qual grande parte da direita espera não apenas tirar Obama do poder, mas permanentemente mudar os valores e a direção da nação”.  Leia análise de todos candidatos em:


“Romney é o mais moderado e o que tem mais chances de obter a indicação do seu partido. Mas o fato de que esteja sob ataque intenso dos seus adversários por não ser “um verdadeiro conservador” e a constatação de que sua indicação não está assegurada mostram como uma parcela significativa do eleitorado norte-americano, representada no Partido Republicano, se entricherou em posições de direita. Uma direita que se radicalizou sem parar desde o início dos anos 80, em reação à “revolução dos costumes” e à expansão dos programas federais, em especial na área social, que marcaram os anos 60.
Hoje ser de direita nos Estados Unidos significa essencialmente duas coisas: ser a favor de um Estado mínimo e contra os programas federais de apoio aos mais pobres (a suposição é de que tais programas só servem para estimular os mais pobres a não se esforçar e para pagar salários a burocratas em Washington); ii) ser contra a liberdade de escolha individual em temas como aborto, casamento com pessoas do mesmo sexo, uso de drogas, etc. O conservadorismo moral extremo, de fundo religioso, vem acompanhado de descrença na ciência. Por exemplo, boa parte da população norte-americana não acredita que a mudança climática seja produzida pela atividade humana, a despeito das inúmeras e reiteradas evidências científicas. O governo, portanto, não teria nada que estabelecer regras para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Como se vê, lá o conservadorismo moral anda de mãos dadas com a crença no Estado mínimo. No fundo, a direita pura e dura nos Estados Unidos tem nostalgia dos primórdios do pais, quando grupos de puritanos brancos se organizavam em pequenas comunidades rurais e não havia quase governo, muito menos um governo federal.

Do governo federal, essa direita só quer Forças Armadas fortes para destruir quem ameace a segurança dos Estados Unidos, temor que não raro alimenta visões paranóicas. Parte dela é isolacionista e não quer ver o dinheiro do contribuinte americano e vidas de soldados americanos desperdiçados no exterior. Parte acha que os Estados Unidos têm a missão de moldar o mundo ao seu feitio e semelhança, pela força se necessário.
Rick Santorum, senador pela Pensilvania, é o protótipo do conservador moral, com cara de bom moço, sete filhos, a mesma esposa há mais de vinte anos, e uma oposição colérica ao aborto, às pesquisas com células-tronco e mesmo à fertilização em vitro, para não falar em casamento gay. Em Iowa ele perdeu por oito votos para Mitt Romney. Ron Paul, deputado pelo Texas, é a quintessência do conservador isolacionista e anti-estatal, defensor da esdrúxula proposta de acabar com o Banco Central dos Estados Unidos. Ele chegou em terceiro em Iowa. Newt Gingrich, líder republicano na Câmara no Governo Clinton, é o que mais se aproxima do imperialista beligerante. Já se declarou favorável à invasão do Irã, não apenas para conter o eventual desenvolvimento de armas nucleares naquele país, mas também para substiutir o regime dos aitolás. 
Não aprendeu nada com o Iraque e o Afeganistão.


E Mitt Romney, quem é? Ex-governador de Massachussetts, um estado mais liberal, e um sujeito que ganhou muito dinheiro em um banco de investimento. Suas posições políticas se adaptam às circunstâncias. Como governador de Massachussetts, aprovou uma reforma do seguro saúde semelhante à de Obama. Ele é visto com desconfiança pela base do partido Republicano, apesar do esforço que tem feito para se mostrar um “verdadeiro conservador”, não hesitando em voltar atrás no que antes afirmou (sobre mudança climática, por exemplo). Apesar disso, é o favorito para ganhar as primárias e ser o candidato do partido nas eleições de novembro. Isso porque, sendo mais moderado, é o que melhores chances tem de conquistar o eleitor independente, decisivo para quem quiser chegar à Casa Branca.
Enquanto os republicanos se digladiam, a economia dá sinais de recuperação e a reeleição de Obama parece ser a hipótese mais provável. Melhor para os Estados Unidos e melhor para o mundo.” Sergio Fausto.
Trilha com Beatles, Revolution. http://www.youtube.com/watch?v=PUs5yuWp6Ro


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

BBB , Deputado Dionísio Marcon e o Cowboy Fora da Lei.



Dois assuntos dominaram a atenção  dos leitores , ouvintes e telespectadores no dia de hoje.
Ambos lamentáveis.


O segundo, com o deputado, é quase inacreditável. Um sujeito que foi eleito para legislar deveria ser um exemplo de conduta no entanto  dá uma aula de má conduta. Dirige irregularmente , ultrapassa em lugar indevido. 
Pior foram  suas explicações.Tão lamentáveis como seus atos. T
em mais o PT , durante vários anos , se intitulou o paladino da ética, da honestidade e do perfeccionismo . 
Cada dia que passa , nos últimos anos, alguns de seus principais atores rasgam suas convicções. Convicções ? Claro que não. Uma pena. Embalaram sonhos por  mudanças de toda uma geração.   
Claro que restaram alguns dignos. Presidente Dilma (sim Presidente e não Presidenta) , o governador Tarso, Raul, Flávio e outros tantos. São minoria. Dito isso leiam , reprodução do Blog do Noblat , o esclarecimento do Verissimo de abril de 2010, sobre o que ele não escreveu sobre o BBB>

Outro você

E dizem que rola um texto na internet com minha assinatura baixando o pau no “Big Brother Brasil”.
Não fui eu que escrevi.
Não poderia escrever nada sobre o “Big Brother Brasil”, a favor ou contra, porque sou um dos três ou quatro brasileiros que nunca o acompanharam.
O pouco que vi do programa, de passagem, zapeando entre canais, só me deixou perplexo: o que, afinal, atraía tanto as pessoas — além do voyeurismo natural da espécie — numa jaula de gente em exibição?
Falha minha, sem dúvida. Se prestasse mais atenção talvez descobrisse o valor sociológico que, como já ouvi dizerem, redime o programa e explica seu fascínio. Pode ser. Os “Big Brothers” e similares fazem sucesso no mundo todo. Provavelmente eu e os outros três ou quatro resistentes apenas não pegamos o espírito da coisa.

Também me dizem que, além de textos meus que nunca escrevi (como textos igualmente apócrifos do Jabor, da Martha Medeiros e até do Jorge Luís Borges), agora frequento a internet com um Twitter.


Aviso: não tenho tuiter, não recebo tuiter, não sei o que é tuiter.


E desautorizo qualquer frase de tuiter atribuída a mim a não ser que ela seja absolutamente genial. Brincadeira, mas já fui obrigado a aceitar a autoria de mais de um texto apócrifo (e agradecer o elogio) para não causar desgosto, ou até revolta. Como a daquela senhora que reagiu com indignação quando eu inventei de dizer que um texto que ela lera não era meu:
— É sim.
— Não, eu acho que...
— É sim senhor!
Concordei que era, para não apanhar. O curioso, e o assustador, é que, em textos de outros com sua assinatura e em tuiters falsos, você passa a ter uma vida paralela dentro das fronteiras infinitas da internet.
É outro você, um fantasma eletrônico com opiniões próprias, muitas vezes antagônicas, sobre o qual você não tem nenhum controle,
— Olha, adorei o que você escreveu sobre o “Big Brother”. É isso aí!
— Não fui eu que...
— Foi sim!


Coisas da web. Adiante. O bom jornalismo foi preciso. Do que ouvi vale sublinhar os comentários do Macedo (rádio Gaúcha) e a entrevista, do Diego Casa Grande ,no Ciranda da Cidade (Band Am Porto Alegre). 
O Diego colocou o deputado e o chefe da comunicação da PRF, Alessandro Castro, no ar ao mesmo tempo. Preciosos esclarecimentos do policial. 
O Deputado...como disse o Macedo, deveria ficar quieto e reconhecer que errou. Talvez chupar um picolé pago.
Já , no caso do primeiro, o BBB não . O único registro necessário é isentar o Verissimo por um texto que não escreveu e que corre solto na web. 
Hoje , depois do episódio da casa (poderia ter outro nome) , voltou a inundar o FB e outras redes sociais . Falso.
Tenho minhas dúvidas se ele não gostaria de ter escrito, depois dos últimos acontecimentos.


BBB e Deputado Marcon. .. Viva o maluco Raul, Cowboy Fora da Lei. 
Nada mais a comentar.
Trilha: genial Raul Seixas  http://www.youtube.com/watch?v=23EO7sDO9
Curtam outra , Eu também vou reclamar, http://www.youtube.com/watch?v=MqQq_ykY_j0&feature=related